Árvores são sufocadas no Passeio do Mindu

A vegetação daninha domina a paisagem do Passeio do Mindu, pendendo das árvores e retirando delas a vital luz do sol, da qual elas se alimentam.

A maquiagem promovida na cidade, às pressas e fora de hora, para a visita do presidente Lula, no dia 3 deste mês, apenas evidenciou o descaso da Prefeitura Municipal de Manaus com o Passeio do Mindu no Parque Dez. O local é a cara do abandono; mas o pior mesmo está acontecendo com as árvores plantadas na orla do igarapé do Mindu, que estão morrendo sufocadas por trepadeiras, sem que o poder público ordene a retirada dessas parasitas.
Essas árvores são as conhecidas sumaumeiras, acácias e embaubeiras que deveriam proteger as margens do igarapé, produzir sombra e embelezar o local, utilizado por muitos moradores das proximidades para práticas desportivas. Sem manutenção há muito tempo, toda a estrutura física do passeio está comprometida, deixando terreno fértil para a proliferação das trepadeiras que estão matando as árvores do local.
As principais vítimas desse descaso são as sumaumeiras, muitas das quais nem conseguiram se desenvolver porque foram totalmente encobertas pelas parasitas. A vegetação daninha domina a paisagem do Passeio do Mindu, pendendo das árvores e retirando delas a vital luz do sol, da qual elas se alimentam. A agonia das sumaumeiras é evidente porque o entrelaçado de cipós impede o crescimento das árvores, além de pesar sobre seus galhos.
As maiores ainda conseguem despontar alguns galhos acima da rama de parasitas, mas as menores estão totalmente encobertas, a tal ponto que fica difícil identificar qual espécie está morrendo debaixo do cipoal que a prefeitura se recusa a desbastar. O trabalho de limpeza das árvores daria nova oportunidade para elas se desenvolveram, além de proporcionar um visual melhor para esse importante espaço visitado por muitos e localizado em uma das melhores áreas da cidade.
A prefeitura pode até alegar questões ambientais para não derrubar as parasitas, mas isso é fruto de uma visão distorcida de quem entende pouco de ecologia ou até mesmo de administração pública. Não existe nenhuma razão para justificar que as trepadeiras dominem a paisagem do Passeio do Mindu, principalmente por elas serem nocivas às árvores e muito mais  para a paisagem.

Rainha da floresta

A árvore da samaúma (Ceiba pentandra) é uma das maiores da flora mundial, com alguns exemplares chegando a quarenta metros de altura. Seu tronco tem diâmetro de grande porte e se une às suas raízes, conhecidas por sapopemas, para formar compartimentos usados como abrigos pelos indígenas e caboclos, em suas andanças pela floresta.
A samaumeira é conhecida também como a rainha da floresta. De crescimento relativamente rápido, quando em terra firme se apresenta maior em volume e menor em altura, mas também se desenvolve nos terrenos de várzea. Ela possui algumas propriedades medicinais já conhecidas. Sua seiva, por exemplo, é empregada contra a conjuntivite.
É também conhecida por barriguda, samaumeira, mãe-da-floresta, paineira e princesa da floresta. Está entre as mais altas da Amazônia, junto com a castanheira. De tronco grosso, tem espinhos nas galhadas. Suas raízes tubulares, as sapopemas, permitem o crescimento nas florestas de várzea.

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